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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tour: Sérgio tomou a Bastilha


DIA 11 - Que grande dia para o ciclismo português! A 10ª etapa do Tour, entre Chambery e Gap, foi enfadonha para quase todos, isto porque em Portugal ninguém conseguia parar de pensar: e se ele ganha? Ele é Sérgio Paulinho e ganhou mesmo!

Previa-se um dia para os franceses, já que é a 14 de Julho que o povo anfitrião da maior corrida do mundo celebra anualmente a tomada da Bastilha, dia que é feriado nacional em França e que marca o início da Revolução Francesa, em 1789. Numa data histórica todos pareciam dispostos a colaborar, mas alguém se esqueceu de entregar uma cópia do guião a Sérgio Paulinho, que decidiu tornar o 14 de Julho num dia de festa para o ciclismo português. Finalmente a RadioShack teve um motivo para sorrir e começa a segunda semana do Tour com um dos grandes triunfos da temporada.
Num dia perfeito para os especialistas em fuga, o espectáculo dos ataques começou cedo, com vários ciclistas a tentarem sair do pelotão, casos de Tony Martin (HTC-Columbia), Aitor Perez (Footon-Servetto), Daniel Oss (Liquigas-Doimo) e Jeremy Roy (Française des Jeux). O problema é que alguns km depois havia um sprint intermédio e os homens que lutam pela camisola verde não estavam interessados em partilhar os pontos.

No entanto, ao km 36 viria finalmente a estabilizar o grupo que passaria o dia em fuga. Mario Aerts (Omega Pharma-Lotto) e Dries Devenyns (QuickStep) atacaram e foram rapidamente seguidos por Sérgio Paulinho e Vasil Kiryienka (Caisse d'Epargne). 10 km mais tarde os franceses decidiram dar um ar da sua graça com Pierre Roland e Maxime Bouet, a tentarem juntar-se aos homens da frente, algo que viria a acontecer alguns milhares de metros mais tarde. Estava cumprido o primeiro grande objectivo do dia para as equipas locais, colocar franceses na frente e agora era esperar para discutir a vitória da etapa.

Depois de rolarem mais de 100 km juntos e tendo trabalhado para conseguir uma vantagem máxima de 12 minutos sobre o pelotão, que aproveitou o dia para relaxar, a última subida do dia viria alterar ligeiramente o panorama da fuga, com alguns homens a quebrarem. Na descida para Gap, a tal onde em 2003 Beloki colocou um ponto final trágico numa carreira que prometia e onde Armstrong fez corta-mato, Paulinho quis honrar o seu companheiro de equipa e atacou, levando na sua roda Kiryienka.
Nos metros finais, tendo apenas pela frente o bielorrusso da Caisse d'Epargne, Sérgio Paulinho soube esperar pelos 150 metros finais para lançar o sprint e arrancou para uma vitória dramática, que quase lhe fugia no último metro, sendo quase necessário recorrer ao photo finish para ver quem tinha pisado primeiro a linha de meta. Por uma distância de meia roda a vitória foi portuguesa e o medalha de prata em Atenas 2004 juntou ao seu palmarés a distinção de ter sido um dos quatro portugueses a vencer na maior de todas as provas do ciclismo mundial, partilhando agora a honra com Joaquim Agostinho, Paulo Ferreira e Acácio da Silva.

"Sabia que tinha que atacar para fugir do grupo e senti-me muito bem para o fazer. Fui um pouco mais forte do que o Kiryienka e esperei até ao último momento para lançar o meu ataque. Fizemos um bom trabalho para a equipa na primeira semana da corrida, as duas últimas etapas foram muito importantes para nós e estivemos bastante fortes. Tudo o queríamos agora era uma vitória. Na reunião desta manhã disseram-nos que precisávamos de ter alguém numa fuga. Tínhamos também de ter atenção à Caisse d'Epargne porque estamos em luta directa pela classificação colectiva e por isso quando vi o Kiryienka sair sabia que tinha que ir", explicou Sérgio Paulinho.

Bravo Sérgio!

Fonte: eurosport

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